segunda-feira, 26 de março de 2007


Razão, ou Solidão?


Liberdade na Urbe,
para onde nos leva a razão.
Há nisso,
engano, engodo?

Prisão na Urbe,
para onde nos leva a solidão.
Há nisso,
verdade ou veleidade?

A razão aceita,
ou recusa.
Constrói mapa,
e dele não escapa.

A solidão rejeita,
e não se escusa.
Constrói a capa,
ao deletar o mapa.

Liberdade se faz
com a razão.
Insanidade se faz
na solidão.

Abraçar o quê, então:
A fria razão?
A mortal solidão?
Qual o portão?

Responda a isso, sem hesitação!

Tu!
Que buscas na cidade,
sazonar tua existência
apenas pela experiência.

Imagem original captada em: www.photos5.flickr.com

domingo, 11 de março de 2007

Haikai


No alto poste
O pedreiro descansa.
João-de-barro.

terça-feira, 6 de março de 2007

Tessitura poética


Decalques sociais


Circularidades.
Redundâncias.
Avanços nas repetições
pelos escaninhos das diferenças.


Polaridades.
Circunstâncias.
No alvorecer das crenças,
filhas das predições,
as marcas das mudanças.

A pobreza opera decalques
da nata social,
e da moda.
A elite,
consumada,
consumida,
consumista,
copia andrajos da pobreza.

Por fim,
cada qual copia a si mesmo.

Circularidades
circunstanciais:
jogo marginal da sedução
mundana,
estéril, pois decalque é
em todos os espelhos
destilantes,
redundantes
em todas as implicâncias
do decalque social.

domingo, 4 de março de 2007

Tessitura poética


Cósmico arsenal

Ao frágil
ombro, o legado:
vil equilíbrio
entre céu e inferno.
A ser fiel da balança
é fadado,
na metáfora do eterno.


Forças tamanhas
ao homem alcança,
quando o bem e o mal
erguem das entranhas
seu combate mortal.


Resta ao homem
o niilismo infame,
avesso da ambição
que o consome.


Ele,
o nada,
o zero absoluto
desconcertante;
fiel, frágil
delimitante,
impoluto
da culpa
do mal
do bem,
no embate celestial
contrário ao infernal.


Sobre o ombro
transitório
do miserável ser,
o eterno,
o cósmico
e sórdido arsenal.