segunda-feira, 30 de abril de 2007

Tessitura poética

Obscuro sendero


Do tempo,
antigo e distante,
trago o conceito do infinito,
e o necessário cogito:
penso e reflito.

Da dúvida
vem-me o verbalizado,
sujeito e anunciado,
eixo da mente
com o corporificado.

Do sentimento,
o processado tormento
da complexidade dos elos,
em angustiantes ritornelos.

Do caminho,
resta-me o espinho:
compreendo que não sou,
e que a traição me imolou.

Da distinção,
o troféu.
Do Gênio enganador sou réu,
herdeiro da maldição:
ter fortunas em cogito,
no desterro do infinito.

Assim eu sou.
Assim admito.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Haikai

Lenta, a chuva
que cai. Apaga rastos.
O tempo escoa.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Tessitura poética

O medo


No mapa estendido
da unicidade existencial
comporta, sempre fundido,
o perigo primordial.

Linha de fuga da humanidade,
violência da conseqüência animal,
afecto da anterioridade,
avesso do fascínio tribal.

O medo é coisa latente,
temor constante de tudo perder,
desde o devir arborescente
ao tudo e por tudo querer.

Assim é o medo,
rota de colisão que flui em arborescência,
presente na vida, e enredo
de toda nossa existência.