sábado, 30 de junho de 2007

Tessitura poética










Legado humano

Da reptiliana massa,
o gérmen da evolução,
metamorfose cerebral.
Transmutante distanciamento
do animal,
da fria ausência de emoção,
e senda de horrores.


Na ancestralidade
da primata condição,
a límbica fonte dos humores,
da emoção,
dos amores.
Busca interessada
à alquímica genética do social.


Por fim,
imitante das estrelas,
a galáxia dos cintilantes
neuronais lampejos,
faróis, sinais,
e jardim dos desejos.
Fruição da intuição e da razão,
perene sazão
no córtex cerebral,
sede da estelar existência,
ou labirinto de horrenda falência.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Tessitura poética


Rostidades

Que são as faces,
que perpassam pelos fios
da vida
senão cenários errantes
de todas as existências.

As faces,
milpartidas em infinitas rostidades,
são os tênues e fugazes véus
que trazem engastados os olhos,
buracos negros medonhos
a engolir existências passantes,
apenas passantes,
e reticentes.

E a constante tortura,
sim,
tortura constante nas buscas aflitas,
e persistentes.

Não há, aí, devaneios,
pois que os devaneios são,
quase sempre, desvarios.

Há, sim,
o canto sem lamentos de almas poetas,
repletas,
que criam mundos,
universos mundos feitos por palavras,
numa torrente incessante de sentimentos belos,
às vezes torturantes,
até mesmo ondulantes,
e incertos,
como incerta é a vida.

Desvarios, sim,
pois que assim somos:
desconcertante via
que nunca se cristaliza.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Tessitura poética


Tríade hominizante

Linguagem,
mutante constante,
tijolo e argamassa
da evolução.
Do primitivo
ao tecnológico homem
edifica, no tempo,
a fiel imagem
do Senhor da criação.

Trabalho,
empuxo motor
da transformação.
Nos braços
que transpiram,
as alavancas
que mobiliza montanhas,
e impõe ao cósmico mundo
a perene mutação.

Crueldade:
esta impera pela
linguagem,
é cria do trabalho
de guerra e opressão.
Tríade
hominizante
do ser homem:
bicho, desde a criação.

sexta-feira, 8 de junho de 2007


Paleta de cores!

Lembra a borboleta,
a metamorfose?

Essa imagem, borboletas do meu Brasil, está em:
www2.petrobras.com.br/.../img_azulao_gde.jpg

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Não há inocência


O desejo
torna-se necessidade,
pelas trocas desviantes
em senhas e leituras.

Sexo e gênero,
identidades e desejos;
farsa e cinismo;
máscaras e artificialismo
do tribunal mambembe social:
via razão, com a filosofia,
via emoção, com a arte,
via crenças, com a religião.


Em tudo:
guerra e paz,
desassossego,
dualidades,
violência e cooperação.


Em cada qual,
o legado vil:
não há inocência!