Apelos ao vento
A Razão!
Será ela desventura,
ou até mesmo loucura?
Será ela a nos tornar
andantes no tempo
em quase desespero,
a buscar,
no cascalho das horas,
mitológicas gemas
pretendidas preciosas
à singular vivência?
Busca torturante,
até mesmo insana.
Paixão, ou psico fissura:
dicotomia feita em urdidura,
ou engodo delirante.
Incorpóreos:
seremos nós etéreos seres,
metamorfoses,
a sorver com sofreguidão
todas as migalhas
rarefeitas e luminosas
de posterior existência?
São tantas as perguntas,
miseráveis as respostas.
E paira na atmosfera
densa dos nossos dias,
outra pergunta que não se cala:
nesses caminhos
que os percorrem as almas,
haverá, um dia,
um sítio que lhes dê alento e agasalho?
Que respostas teremos
a tantos pedidos,
se são respostas que esperamos,
a estes cantos que cantam
nossos entes vitais doridos.
Se respostas há,
são elas perdidas.
Somos falidos,
consoante ao que se nos dá
a tudo que desejamos.