quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tessitura Poética

Faça-se


Estrato do juízo de Deus,

– emprestadas as sutilezas

teológicas,

e o amparo escolástico –

o véu da distinção real

do planetário conteúdo

e da sublimada expressão.


Advento de causalidades,

rigor nas formas todas

tal qual expressão macroscópica

de todo cristal,

ou na microscópica molecular

e molar da revelação vital.


Distinções formais,

variadas e reais,

da casualidade o fato;

e toda distribuição,

seja do conteúdo,

seja da expressão,

eis a natureza da distinção

que transmuda o orgânico estrato

em lavor da criação.


Segmentariedade

linear,

unidimensional,

limiar nunca ocasional

do produto tonal

das cordas cósmicas

obreiras da criação.


Pelo conteúdo,

que independe da expressão,

é lavor da criação,

do poder e da dominação.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Tessitura Poética













Torturante terror


No rastro de uma intensidade

funde-se um nome

engastado na história

do tempo da memória.


E o nome funde-se

em máquina:

do amor

da guerra

da revolução

da morte

da dor,

agenciamento contínuo,

torturante e manipulador.


E funde-se pelo dentro

e pelo fora

no maquínico

agenciamento de todo

amor

e de todo terror.


Não se mata de amor

e de guerra?

E também não se vomita

a morte pela dor

torturante do terror?


É no ecoar da voz da

intensidade animal,

na inaudita burocracia

da máquina louca

da guerra,

e do amor,

que se semeia a dor.


Torturante terror!