quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tessitura poética















Humana condição



Perdida está

no buraco negro dos anos passados,

pois que nada devolvem,

a leveza da mocidade

e todas as alegrias

da mais tenra idade.


Curva-me,

seguida a curvatura do tempo,

a flacidez das carnes,

que aos ossos dobram;

o peso de todos os dias idos,

a carga das lembranças

acumuladas,

a murchês dos seios caídos,

que outrora tantas delícias ofertaram.


Tudo perdido está,

na carcomida singularidade.

Cumpre-se a sina

de sempre determinada,

os anos se passaram.


Pretéritos são os amores,

tantos tidos no passado,

igualmente os bons humores

do sagaz pensamento alado.


De tudo no tempo acumulado

nada mais resta,

perdido está,

tudo em mim o atesta,

o tempo nada mais dá,

que a esperada morte,

destes meus dias consorte.

6 comentários:

Fragmentos Betty Martins disse...

.querido Efvilha



"condição humana"





______penso que aqui esteja muita verdade



quando o homem começa a "travessia-da-ponte" cada passo dado______a própria ponte desaparece___não fica caminho para-trás______não tem volta



_____a "natureza" ? consegue ser muito________CRUEL!!!___________________________________[...]




um "trabalho-retrato-poema" perfeito!










beijO____C____carinhO
bFsemana

~ Marina ~ disse...

Caro poeta, a realidade é sempre incontestável em sua crueza, todavia, penso que, de cada fase deve ser colhido o seu fruto maduro.

Beijos pra ti!

Lúcia Laborda disse...

Oie lindo! A vida é assim e o tempo é ingrato com as pessoas. Mas não podemos permitir que nos tire a felicidade e a vontade de viver, sorrir.
Bela poesia, embora nostálgica!
Beijos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá meu querido Amigo, belíssima poesia, os meus sinceros parabéns Poeta !...
Beijinhos de carinho,
Fernandinha

RENATA CORDEIRO disse...

Impossível não envelhecer. É o ciclo da natureza.
Amigo, há quanto tempo! Acho que não se lembra de mim. Você costumava freqüentar o meu Blog.
Volte!
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
Estou à sua espera.
Um abraço,
Renata

Maristeanne disse...

Efilha,

O tempo, esse caminho sem volta que não perdoa
...no entanto, esse mesmo...nos trás maturidade e jovialidade com profundas reflexões como as tuas.

Mas é bom que ele passe.... sem afetar a nossa alma/ essa que temos de mais preciosa!...

[Obrigada pelo comentário]


(a)braços,flores,girassóis :)