sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tessitura poética

O que diz o poeta



É preciso

compreenderes

que o poeta

fala de tudo e de nada.



Se mente,

da verdade fala.

Se fala a verdade,

dela é semente.


O poeta,

minha cara,

só não cala.


A verdade encara,

a ela embala,

o poeta.

sábado, 25 de outubro de 2008

Tessitura poética

Viver para amar você



Sabe o que eu queria?

Amar você,

somente você.



Dar,

somente a ti,

todo o amor que amei

em todas as mulheres

que conheci.



Meus braços,

e todos os meus abraços,

teus;

e em um abraço apenas,

todos os afagos que dei

a todas as mulheres que amei.



A minha alma,

que te dou com os meus beijos,

ser tua, somente tua:

é isso que sou,

é tudo o que eu queria.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tessitura poética















Humana condição



Perdida está

no buraco negro dos anos passados,

pois que nada devolvem,

a leveza da mocidade

e todas as alegrias

da mais tenra idade.


Curva-me,

seguida a curvatura do tempo,

a flacidez das carnes,

que aos ossos dobram;

o peso de todos os dias idos,

a carga das lembranças

acumuladas,

a murchês dos seios caídos,

que outrora tantas delícias ofertaram.


Tudo perdido está,

na carcomida singularidade.

Cumpre-se a sina

de sempre determinada,

os anos se passaram.


Pretéritos são os amores,

tantos tidos no passado,

igualmente os bons humores

do sagaz pensamento alado.


De tudo no tempo acumulado

nada mais resta,

perdido está,

tudo em mim o atesta,

o tempo nada mais dá,

que a esperada morte,

destes meus dias consorte.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Tessitura sobre Tela
























Solidão
Óleo sobre Tela - 140a. x 70l.
Execução: EVilha

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Tessitura poética

Silêncio


Silêncio!

Nada ouvir.

Sentir na alma,

Dor e nostalgia.


É tua ausência,

Que faz no silêncio

O pensar com saudade

Na tarde em agonia.


No silêncio,

Geme a alma

De dor tão certa,

De sentir-te longe.


A tarde, vai!

A noite, vem

O silêncio cai.

A alma dói.


Há o gemido profundo

Que clama e te chama.

Arde o amor infecundo,

A alma inflama.


Silêncio!

O querer-te... ouvir-te.

Sofrer na alma.

Naufragar na melancolia.


No silêncio...

Profundo,

Quase morrer!

Do amor que te dou.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tessitura sobre Tela

















Badalo dos signos (2008)
60 x 100 cm - Óleo sobre Tela

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tessitura Poética

Berlinda Aurora


E então Aurora?

Na cinza varrida

a chama esquecida

do fogo d’outrora?


Que fazer, Aurora?

Ficar só contente,

mantê-la presente,

deixá-la ir embora?


Liga não, Aurora!

A chama... dá vida.

Redime a ferida.


Do fruto, é semente.

É coisa de gente...

vá nessa, Aurora!