quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tessitura poética

Da poesia

Disse-me um jovem,
ser, a poesia,
coisa chata escrita em verso.
Coitado,
mal humorado,
sequer prosa lia.

Importa pra mim, eu dizia,
ser, a poesia:
o trem,
o carro e a carroça de outrora,
ou, muito HP a mil por hora
no hidramático de agora.

É barco e navio transatlântico,
até mesmo canoa furada
no escrever romântico;
ou, pipa alada
ao vento semântico.

Às vezes, é tronco tosco
e deslizante,
ou, preso no enrosco
de algum significante.
É avião teco-teco,
ou bólido esvoaçante;
até nave estelar teleportante
deste poeta, pela alma um viajante.

As viagens, dizia eu,
feitas com a poesia,
pra mais de cem,
tumultuadas sempre,
às vezes zen,
talvez rimadas com desdém,
ou proseadas, se me convém,
é tudo o que importa
para uma alma torta,
mas, que não está morta.

Um comentário:

Alice Matos disse...

Poesia para mim é uma forma de estar no mundo... ser poeta é respirar poesia, mesmo quando não a escreve...

"... pipa alada
ao vento semântico..."

Lindo, como sempre...

Beijo...