domingo, 30 de agosto de 2009

Tessitura poética

Natimortos


É o crepúsculo,
já, avesso ao sol nascente.
Principia a morte
em estertores
no crucial momento do parto.

Ali,
no leito que acolhe
o natalício,
não é acontecido o
enésimo numeral positivo.
Antes, a sucessiva
negatividade do tempo
se conta,
sempre menos...
sempre menos.

Angústia que se
agasalha em dolorida busca,
pretendido equilíbrio
entre o monismo
e o pluralismo
do ser uno,
desnecessário...
sempre desnecessário,
se assim for pensado.

Aforismos preteridos,
acreditados,
ou creditados
nos ruminantes delírios
do pensamento,
nas investidas reiterantes pelas
estepes nômades de
toda singular existência.

Esse o enigma da vida,
princípio do caos,
do pó,
e da falência...
desde sempre cantada carnal falência.
Morre-se no dia
em que se nasce...
que se nasce.

Um comentário:

Maristeanne disse...

efvilha,

Que fale o crepúsculo
Que fale o enigma da existência...

ou a investigação da matéria...carnal falência.

Em ti..há beleza abundante na escrita e comentários:)

[obrigada Poeta]


(a)braços,flores,girassóis..:)