sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tessitura Poética

Infame falência


E, Sim!
E morre-se na praia
de toda uma existência
vivida em nebulosa procura.

Ao longe, às costas,
o tênue brilho do sol de todos os orientes,
que percorremos.
Por marco de uma chegada
nunca alcançada, o frio granito
sobre o qual se inscrevem
os esboços de todos os epitáfios
sussurrados em preces,
em juras de amor,
ou em soluços de dor.

E as mortais travessias,
talvez
resultem na estéril lápide
de um jazigo frio,
vazio,
pois ao pó
toda vivência se reduz.

A quê procurar,
a quê encontrar,
se o vil engodo se oculta no sórdido
monismo avesso ao pluralismo,
que somos,
justo onde não medra a nossa
busca inglória,
pois que jazemos frios
entre a Luz e a treva,
entre a Paz e a agonia terminal.

E morre-se na praia,
em infame falência.

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