Estarás no devir?
Devir:
navalha do tempo,
ceifa inclemente da colheita,
e da vida
as melhores oferendas traz,
também os horrores.
Por certo,
mesmo,
há as incertezas,
e o angustiante correr das horas.
Estará no devir
o possível encontro contigo,
amor sonhado?
Ou,
haverá o horror perene dos desencontros
no ceifante deslizar das horas?
Devir!
Oráculo das incertezas,
e guardião dos perdidos amores,
ante ao qual debruçam os temores
de jamais ter-te como oferenda,
sonhado amor,
perdido que estás
nos meandros de todos os desencontros.
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