domingo, 16 de abril de 2006

Eu Creio!

Se me perguntam a religião, respondo: Cristão.
Igreja? Católica Romana, e não praticante. Explico, porque não praticante: o ritual litúrgico da Igreja, para mim, é algo mecânico, repetitivo, entediante, embora o fluir do calendário litúrgico anual. Não satisfaz a minha busca por uma espiritualidade mais profunda, não produz momentos/tempo para o encontro da minha alma, com a luz que emana da esfera dos espíritos. Durante a missa, não há um momento/tempo para que se mergulhe no oceano onde aconteçam os encontros dos espíritos. Tudo parece ter um tempo certo para começar e acabar. É um rito medido no tempo carnal, não no espiritual. O carnal se cansa logo, urge apressar as coisas.
Se houvesse um único ritual no ano, que seja, mas fizesse mergulhar a minha alma no reino das almas, só esse único ritual, que durasse horas, dias, semanas, preencheria, creio, minha busca por um aprofundamento espiritual. Sinto imensa falta disso. Estou à procura de um caminho que me leve a isso, a esse preenchimento da minha alma.
Sou Cristão, Católico, Romano, não praticante, repito. Mas, percebo algo muito estranho.
Percebo pessoas que se dizem cristãs, católicas como eu, praticantes, dizem , mas que, em determinadas rodas de conversa fazem até piadas sobre os mistérios que envolvem o Cristianismo, o acontecimento do Natal, outra data importante. Lembrei-me disso agora, por estarmos na outra ponta do fio dessa história: a de Cristo – Páscoa!
Nascimento de Cristo - Natal. Como ele se deu, segundo os relatos dos evangelhos. As piadas, ou... dúvidas, pairam sobre a forma como Cristo foi concebido. Obra do Espírito Santo? Confie-se numa balela dessa, ouve-se dizer. A concepção de um ser, fora da esfera carnal, é balela. José é participante ativo nisso, ou outro homem qualquer, dizem. Pode até ser, mas o Cristo não é menos Cristo, devido a isso.
Pois aí vai a minha opinião, o que penso com todas as forças da minha pobre alma!
Creio em Deus, Naquele Que Se diz Ser: “AQUELE QUE É”. E Que atribui a Si mesmo o nome de Yaveh – que pode ser escrito sob outras formas. Início e fim de tudo. Criador de tudo o que há! Por Ser Quem É, não existe limites ao Seu poder, por isso, diz-se: Deus Ser Onipotente. E Ser Onipotente, para mim, é poder fazer tudo, até aquilo tido por impossível, segundo o pensamento humano.
Pois bem. Se eu nego – a Deus do Qual eu afirmo crer – o poder de intervir na vida de uma mulher, Maria, e nela manifestar o Seu desejo de que no útero dessa mulher seja gerada uma nova vida, sem a participação carnal de um homem, e que dali nasça um ser gerado como homem, então, eu renego um poder a esse pretenso Deus, e Ele se torna nada. Eu anulo Deus. Torno-o, um Deus nada. Anulo minha fé.
O mistério da Páscoa! Se sou cristão, o sou porque a fé cristã é sustentada pela fé na ressurreição de Cristo após morto, e depositado num sepulcro. Se eu duvido que Esse Deus – Yaveh - tenha o poder de ordenar à matéria que ele próprio gerou a partir do útero de uma mulher escolhida entre tantas, e que essa matéria recobre a vida a partir do mundo dos mortos e se transfigure/renasça numa dimensão inacessível aos sentidos e conhecimentos do homem, também digo que esse Deus deixa de ter poder sobre tal fato e, então, o reduzo a uma mentira, a uma balela. O Deus, Onipotente, no qual dizemos crer, não existe. Então, anulo a minha fé.
Se eu digo: “Tudo posso Naquele em Quem creio e confio”, e Lhe nego o poder de ter gerado os fatos que envolvam o nascimento e ressurreição de Cristo, então estou proferindo palavras vazias de sentido e de terem ações benéficas sobre mim, pois que dirijo um apelo a algo que, por si, nada pode, pois lhe nego o atributo de Ser todo o poder. Então: “Tudo posso... "O quê? mesmo?
Pois, creio, em Yaveh! Meus sentidos humanos/orgânicos estão a anos luz de perceber as maravilhas existentes no reino de Yaveh. Mas, minha alma, meu espírito, essa entidade que me habita, crê e confia que, algum dia, tudo será revelado, e um mundo inundado de luz me absorverá, e então essa fé, que não é cega, será recompensada.
Sabemos, via prismas, as cores das quais a luz que percebemos é composta. Aparelhos tecnológicos aumentam a sensibilidade dos nossos sentidos, pois falamos ao celular, ouvimos sons, vemos imagens, percebemos campos eletromagnéticos, micro-ondas, entre tantas coisas que nossos pobres sentidos não percebem, e que são transportados por elementos invisíveis ao nossos sentidos. Nossos sentidos podem, e sofrem, interferências diretas dessas coisas não percebidas. Nem é preciso crer nisso. Sente-se
Para muitos, até para físicos renomados do passado, um avião jamais voaria; telefone, serviria para que?; computadores: o mundo todo só absorverá no máximo cinco, alguém já disse. E tantas outras crenças semelhantes a essas, há, nas mentes em todas e de todas as idades, e tempos. São coisas próprias do devir homem/animal/matéria.
O Reino de Deus, bem, ele depende da nossa tão empobrecida fé. Fé que vira mercadoria, que é vilipendiada por charlatães, fé que nos conduz a todos os tipos de armadilhas, que nos converte em pontos obscuros de interrogação: Quem, ou o que, somos nós?
Yaveh, por Ser Quem É, não banaliza o milagre. Não vemos acontecerem milagres a todos os instantes - isto, sob um ponto de vista exclusivo e próprio da nossa constituição enquanto matéria - mas, o milagre existe, algumas vezes como uma resposta surpreendente e desconcertante; outras vezes ele chega até nós de uma forma tão sorrateira, tão sutil, que até nem parece que seja um milagre. Porque, talvez? O tempo. O tempo! Nós somos prisioneiros de um devir de tempo medido em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses... milênios.
Yaveh! O que é o tempo para Yaveh, se ele É o Senhor sobre o tempo? Ele, e tão somente Ele, conhece o que seja de fato essa coisa à qual denominamos tempo, e do qual somos dependentes ou prisioneiros.
Eu? CREIO EM YAVEH!

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