segunda-feira, 10 de abril de 2006

O silêncio da rosa

Janela vazia,
e Hortênsia que não me vê.

Do jardim,
furtiva e adolescente
colheita de uma flor.

Na soleira da porta,
como se fora a seus pés,
depósito solene,
do rubro tributo ao amor.

Toque na porta.
Desabalado correr.
Do esconderijo...
a espreita.

Abre-se a porta.
Curva-se Hortênsia.
Dá refúgio à solitária flor.

O sorriso: Perfeito!
O meigo olhar verde
Perscruta o redor, e nada vê.

Das mãos, o afago.
As desejadas carícias
que não recebi.

O suspiro profundo
inala o suave perfume.
Nas pétalas macias,
o beijo denso,... longo.
No regaço dos seios,
o silêncio da flor.

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