sábado, 29 de abril de 2006

Pfu!!!

 Ontem, 28 de abril de 2006, exatamente às 20 horas, expirou, inexoravelmente, o prazo legal para nós, brasileiros, entregar-mos a Declaração de Rendas, ao Governo.

Calma! Estou pensando!!!
Bem... Dizem os entendidos que você tem que regurgitar as coisas que te apertam na garganta, e no resto do que somos nós. Então, vamos lá.

Minha primeira declaração, eu a fiz de próprio punho (lindo isso!), isto é, manuscrita, em duas vias, usando obviamente um papel carbono. Esta cópia, e todas as outras mais dos anos seguintes, ficavam comigo, junto com os comprovantes. A primeira nasceu em 1973. Faz tempo, né?
Apesar dos tempos, "quentes" sob o ponto de vista político, foram tempos bons da minha vida. Eu crescia profissionalmente, tanto que o IMPOSTO, pesado, era descontado na fonte. (E pensar que fonte me lembra um lugar onde mina água). Então, eu fazia a declaração, usava todos os direitos (de forma direita) de acumular o máximo das deduções e, no fechar das contas recebia algo chamado de Restituição. Claro, a maior e melhor parte do filé ficava com "eles". Não é à-toa que o melhor ícone criado para representar esse fato é a figura gorda de um leão, sempre com cara de poucos amigos. (Depois, e já naqueles tempos, a gente sabia que ele (o leão) tinha, e muitos,  "parceiros" com os quais dividia bocados bons do nosso suado filé.
Não era por bobeira não, era por um sentimento sincero de brasilidade, que eu ficava um tanto orgulhoso por contribuir: O Brasil era um país que prometia se tornar um dos melhores do mundo. Até mesmo no futebol. Eu trabalhava numa multinacional, no setor Administrativo/Contábil. Por esse motivo, e pelo fato de ler muito a respeito de muitas outras coisas, eu sabia que, além do IR, eu, isto é, nós, pagávamos uma carga imensa de tributos para sermos o que éramos, e cumprir as promessas do que seríamos.
Concordemos! O Brasil, hoje, pudera, é muito diferente do Brasil de 33 anos atrás. Temos até auto-suficiência quanto ao petróleo, nos dizem.
Uma coisa não mudou. Mesmo nos contextos daquelas épocas, eu sabia, aliás, sabíamos que haviam muitos "parceiros" (do leão) que se refestelavam nos banquetes cujo menu constava uma única iguaria, cara pra burro: nossos impostos.
Hoje... bem... hoje os tempos já são outros. No correr da nossa história, ocorreu um fato, uma coisa, à qual todos chamam de "abertura". De fato, há mais transparência no modo como chegamos ao conhecimento das coisas.
Por outro lado, acuda-nos Deus, a tal de "abertura" se tornou um bicho feio e enorme, ao qual podemos, sem medo de errar, chamar de "escancaramento". Sim! isso denota um excesso de abertura através da qual os 
nossos suados IMPOSTOS são descaradamente roubados. E ainda querem nos fazer de inbecis, ao renomearem isso de "desvio de verbas". E não nos enganemos não, gente, não se tratam de urubus e hienas disputando restos de carcaças. É gente esperta que mete a mão no filé fresquinho que sai do nosso bolso a todo instante!
Naqueles tempos, mais novo, eu sentia orgulho em ser Contribuinte. Hoje, bem, hoje eu me sinto
um CONTRIBUINTE... .... ... ...
Poxa! Compreendam! Eu me dou o direito de não colocar Complementos Nominais e nem Adjetivos no lugar das reticências! Poxa! Eu tenho o direito de sentir vergonha! Respeitem isso, tá legal?! Obrigado!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá !!!

E por falar em “maiar”, vamos lá!
Passados apenas alguns minutos que estava iniciando o blog, vc postou um comentário.
Como vc achou o recém nascido?
É a primeira vez que tenho um blog e tb não participo de chats ou grupos de bate-papo. Não estou acostumada a conversas por e-mail também , a não ser por motivos profissionais, pois sou tutora do e-learning ou seja uma espécie de prof. via web. Mas acredito na força da "Blogesfera" ou "Blogosfera" ou ainda "Globosfera". Como vc foi o primeiro...
Esse, agente nunca esquece.
Muito agradecida pela colaboração, pretendo relatar em meu blog, minhas memórias professorais, e são muitas.
Até um dia, até talvez, até quem sabe...