sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Apresentando um amigo - 6

Hora do banho. Delícia.


(parte 6)

Ele fala! Sim, ele fala. Claro que é na sua linguagem canina feita de latidos e outros sons produzidos pelo seu aparelho auaufonador, entre outros muitos sinais que bem os compreendemos devido à convivência. Ele se comunica, e nós nos comunicamos com ele. Nos entendemos.
Antes de mais nada, é preciso dizer que o Mô é dócil, doce. Serenamente ele admite que se retire da sua boca o melhor dos ossos ao qual esteja roendo. Sejam ossos verdadeiros, deliciosos, creio, ou aqueles artificiais que se compram nas casas especializadas, feitos com couro cru. Também admite que qualquer pessoa meta a mão na sua vasilha de ração. Ele continua a comer impassível, ou então dirige um dos seus olhares, como que a dizer: - Venha! Sinta-se à vontade. Coma comigo. Ele costuma ser assim com as pessoas. Já com os gatos e lagartos... isso é outra coisa.
Temos, no quintal, uma antiga construção em madeira, que serve de depósito. O seu piso é um pouco elevado do chão. Isso permitiu que uma grande família de lagartos teiús fizessem ali sua morada. Isso sempre achamos bom, pois eles impediam a proliferação de ratos e alguns insetos... tais como as asquerosas baratas. Perdoam-me aqueles que adoram baratas, se os há. Bem, os lagartões achavam-se donos do nosso quintal. Nos dias mais quentes, era possível ver vários deles, de vários tamanhos, se aquecendo ao sol, ou passeando tranqüilamente. Havia mesmo alguns enormes.
Isso mesmo. Havia. O Mô, depois de crescido e ter percebido que o quintal era dele, convenceu aos lagartos para procurarem outro abrigo. Isso não antes de muitas correrias, latidos, rosnados, pêlos eriçados, investidas, recuos estratégicos ou previdentes, e fugas desesperadas dos lagartos.
A isso o Mô não nos respeitou. Embora lhe ensinássemos que poderia, e deveria, conviver com os lagartos, ele fazia seu ponto de honra expulsá-los do quintal. Resistiram o mais que puderam. Creio que o que os convenceu foi o fato de, num dia, o Mô ter conseguido alcançar um dos maiores lagartões e, como conseqüência, ter ficado com a maior parte do rabo do pobre teiú.
Lamentamos o fato, mas foi um tanto engraçado ver o nosso heróico cãozinho deitado no chão olhando extasiado o enorme rabo diante de si, e que ainda se mexia. Foi interessante ver o comportamento do Mô. Creio, mesmo, que ele sabia que aquilo que tinha diante de si era apenas um rabo que não iria mais a lugar algum. Ficou olhando-o por algum tempo, e depois se afastou. Nós enterramos o tal rabo do lagarto. Isso. Fizemos meio funeral do decepado sáurio.
Bem! Creio que nesse dia deve ter ocorrido uma assembléia dos saurídeos que decidiram levantar acampamento. Devem ter percebido que a perda do rabo de um dos seus seria apenas o começo de uma derrota certa. Assim é que não vemos mais os lagartos se achando os donos do nosso quintal, nem de alguns quintais da vizinhança. O Mô venceu essa batalha. Por isso, creio que o nosso planeta esteja, pelo menos por hora, protegido de qualquer invasão ou dominação por parte dos sáurios. O Mô é um dos protetores da humanidade.
Falemos dos gatos. Posted by Picasa

4 comentários:

vida de vidro disse...

E assim o Mô se impôs como senhor e dono do quintal. É que há coisas que um cão não partilha! :)**

Unknown disse...

Os olhos falam sempre em qualquer animal...

daniel

sem-comentarios disse...

Provávelmente, o seu olhar vale por muitos latidos :)

Anônimo disse...

tá tirando uma né?
tudo bem, tudo bem,
porque faz bem.

risos