segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Tessitura poética


 
Maquinada traição

Dos helenos deuses
a síntese,
e senhor dos estatutos:
multiplicidade
dos atributos.

Da brahmaniana corporeidade
a identidade
trina e uma
sanha criadora,
avara conserva
para a ira destruidora,
atma humana
que se desencarna
vencido todo o carma.

Da aliança
a colheita da bastança
da divindade unívoca;
e em luta equívoca
resguarda os céus
sob os mais obscuros véus.

Que pretende do homem?
De tantas dores que o consomem,
a mais dura é a da traição
consumada na frieza da paixão
na ara da cruz infame.

Por quê nos abandonaste
relegados à própria sorte
dos horrores da dolorida morte;
traição cruel ao povo consorte,
do qual tão longe ficaste.

Senhor de todo ditame,
que nos renega da herança
prometida na antiga aliança:
por quê nos dá tamanha esperança?



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