sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Apresentando um amigo - 7

(parte 7)

Há muitos deles por aqui. E há, também, uma quantidade notável de pombas silvestres que fazem do nosso quintal e arredores o seu ponto de arribação, construção de ninhos e proliferação da espécie.
Delícia para os gatos. É muito comum ver um ou outro lambendo-se, não sei se antes ou depois de provar alguma das suas presas-pomba. São exímios caçadores, porém, nem sempre bem sucedidos.
Ainda mais que o Mô esteja solto fazendo prevalecer o seu direito animal de dono do quintal. Acontece o mesmo que acontecia com os lagartos. Apenas, até agora, ainda não vimos o nosso cãozinho observando algum rabo peludo felino por ele decepado, exigindo de nós um parcial funeral de gato. É que há muitas árvores, proteção mais que providente para os gatos. O Mô, para sorte deles, ainda não aprendeu a escalar árvores. Por ora.
O Mô é um cãozinho de muitos amigos humanos, principalmente crianças. A escola, até o Ensino Médio, fica na minha rua a exatos cem metros da minha casa. As crianças adoram o Mô, e fazem carinhos a ele. Uma das suas maiores fãs é a Bruna, nossa afilhada que mora no final da nossa rua e vem com freqüência fazer uma visita “social” ao Mô, menos aos seus padrinhos. Ele é assim, cativante. E pensávamos que o fôssemos.
Se você vier à nossa casa, por favor, não diga perto dele essas duas palavras... (ele não está por perto, posso aqui dizê-las) – Vamos passear. Não as diga se você não estiver a fim de realmente passear, claro, na companhia do Mô. Ele torna-se saltitante, alegre, te incentiva a realmente sair para um passeio, aguarda que você se apronte, e vai todo feliz te arrastando pelas ruas e estradas da vizinhança. E ainda te agradece com os constantes olhares, e ares, de satisfação, de prazer por estar passeando.
O mesmo acontece se você, mesmo que distraidamente, pegar a sua coleira. Para ele isso é sinônimo de: - Vamos passear.
Tênis. Também, para ele, é sinônimo dessas duas palavras. Basta você calçá-los que ele se prontifica a te arrastar para um passeio. Outro dia eu me arrumava para sair. Por algum motivo escolhi calçar os sapatos na sala. Ele veio pelo corredor, e quando me viu com algum calçado na mão, começou a animação fazendo festas para mim. Ao perceber que eram sapatos, e não tênis, esparramou-se no chão à minha frente, resmungou algo ininteligível, suspirou fundo e ficou olhando-me de esguelha como que a dizer: - Isso não se faz com um amigo. Então, quando alguém de casa começa a se arrumar, preocupa-se em dizer-lhe para que fim se arruma. Para isso, basta dizer: Vou sair. Ou, vou trabalhar, menos... – Vamos passear.
Sei não. Às vezes eu acho que somos parte do seu pequeno mundo de brinquedos. Posted by Picasa

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