segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Apresentando um amigo - Final

(última parte)

Por falar em brinquedo. O Mô tem o seu preferido. Na foto aí ao lado ele aparece com uma das suas bolas. Porém, “jogador” exímio que é, - joga com a simpatia humana – tem preferência por um dado de plástico, amarelo, cor da amizade, de uns 5 centímetros de lado. Adora trazê-lo até a qualquer um de nós, e espera que o tiremos da sua boca, ou o deposita em nossas mãos, e que o atiremos para que busque. Creio que não saiba ler números, e o fato de nos ver lançar-lhe o dado equivale a um lance para a sorte da simples felicidade canina. Faz isso duas a três vezes. Que dizer que não é um cãozinho chato, pois não abusa da nossa paciência.
As pessoas costumam dizer que ele é muito inteligente. Também achamos. Cremos, mesmo, que se fosse amestrado faria inúmeros truques. Não o queremos amestrado. Queremos que ele faça as coisas próprias de um cãozinho, sem a interferência humana no seu comportamento, exceto aquelas que, pelo convívio, creio que ele perceba que é o melhor a fazer aos olhos humanos; nossos, portanto. Isso que dizer, entre outras coisas, que, sem que lhe ensinássemos, escolheu o seu lugar exclusivo para fazer suas necessidades. Isso à noite, pois durante o dia o levamos a passear. É aí que não há limites para a sua demarcação de território que expande segundo o conteúdo da sua bexiga, quase nunca vazia de todo. Quando isso acontece, raramente, risca o chão com as patas, sacode-se todo para deixar cair alguns pêlos, rosna, torna a riscar o chão, rosna, olha para nós procurando aprovação, e seguimos adiante. Ele, com uma felicidade expressa na carinha. Nós, também.
Suspeita que algumas coisas nos façam tão bem quanto devam fazer a ele.

Pois é. Assim é o Mô, essa solidária felicidade canina que conosco convive, e que faz pouco mais de um mês acolheu neste seu território a pequenina Duca. Isso mesmo. Um dos vizinhos possuía uma cadelinha, de longe assemelhada ao Mô, pelo menos na cor. Ela teve uma ninhada de cinco filhotes. Um dia, o menino bateu à nossa porta procurando pela nossa filha. Quando ela retornou para o interior da casa, trazia nas mãos uns atrevidos olhinhos caninos.
De novo, alguns hummmmssss, nossos. Bem, ela ficou, e acabou sendo batizada como Duca.
O Mô, lá com seus códigos caninos, primeiramente a rejeitou de uma forma veemente, mais que a nossa. Porém, percebendo que ela ia ficando e que seria uma excelente companhia para muitas brincadeiras, por fim a aceitou. Vivem juntos: comem, passeiam, se divertem, tomam banho, dormem, recebem e dão carinho, juntos. São amigos, por fim, o que é uma outra história.

Pois é. Os vizinhos tinham uma cadelinha, mãe da Duca. Ela, um dos seus filhotes lindos, um gato, morreram envenenados. Ficamos consternados, e preocupados. Não queremos perder o Mô, e agora também a Duca, não desse modo. Nós os tratamos como se fossem animais criados em apartamento. Felizmente temos espaço caseiro melhor do que teríamos num apartamento, creio. Assim, só saem para o quintal ou para a rua acompanhados por algum de nós.
Neste mesmo blog eu já afirmei que este lugar, esta cidade, é um lugar de paz. Não deixa de ser, apenas representa um enorme perigo para os nossos animais de estimação que adorariam ter mais liberdade, sem se exporem à armadilha covarde de um naco de carne envenenado.
Eu adoraria encerrar esta não breve apresentação desse serzinho canino maravilhoso, não tendo de dizer que, nada menos de duas vezes conseguimos socorrê-lo a tempo. Posted by Picasa

6 comentários:

Bia disse...

Olá! obrigada pela sua agradável visita ao meu blog. Nunca tinha passado aqui no seu, e como eu percebo tão bem o que diz... só quem tem cães e os trata como sendo da família mas nunca lhe adulterando as suas características caninas percebe a importância das suas palavras.
Gostei imenso de ler o seu texto também tenho uma cadela.

Luna disse...

Não entendo como seres humanos que se dizem " humanos" podem fazer tanta maldade e esses pobres bichinhos são capazes de morrer pelos donos
beijos

Serenidade disse...

Olá.
Obrigada pela visita no meu humilde espaço.
Lindo a cadelinha...
Um doce e terno beijo sereno.

efvilha disse...

Olá Bia!
Obrigado pelo retorno.
O Mô é uma bela existência animal que divide sua vida com a nossa. Sem aquilo que acreditamos ser exageros, procuramos dar-lhe a melhor proteção e os cuidados que a nossa responsabilidade por ele exige.
Volte sempre.

efvilha disse...

Luna!
É sempre uma delícia receber tua visita por este portal.
Pois é. O Mô tem uma índole ímpar, é afetuosamente canino, e se doa como amigo animal. No entanto, como dizes, há "humanos" que exteriorizam de si aquilo que se acredita existir apenas no mundo animal. Isso é um terrível paradoxo. Afinal, quem é mais animal que quem, não é?
Um beijo.

efvilha disse...

Olá Serenidade!
Serenamente discordo de você. Quando estou no teu espaço virtual, sinto estar num espaço deliciosamente sereno, humano na sua essência, onde é gostoso parar e para ali sempre retornar.
Sim. A existência desse animalzinho, atrelada à nossa, é linda.
Abraço e beijo também serenos.