quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Tessitura poética


 
             Os nossos olhos


Olhos!
São eles os nossos horrores,
e terrores-faróis que,
como mil sóis,
em falência de mil buracos negros,
nos avilta e multiplica.

São eles, os olhos
dos corpos sem órgãos que,
na ambição insana,
a todo instante nos engana.
Eles, os olhos,
que trespassa as almas,
com os mesmos negros holofotes mortos
que ao naufrágio leva os nossos amores.

E a nós,
cabe-nos seguir o caminho
indicado pelos olhos,
navegantes errantes que somos,
abjetos nautas em rotas de fuga
rumo ao engodo cósmico que nos suga.

Os nossos olhos,
Singularidade que a tudo absorve,
E nada devolve...
Buracos negros...
Buracos negros...
Buracos negros...



4 comentários:

Anônimo disse...

Oi meu amigo,

Vim correndo vê-lo, pois senti-o um pouco em baixo aquando da sua última visita ao meu cantinho, espero que tenha voltado a reencontrar a sua luz, isto é que consiga deixar que ela volte a brilhar como tem sido até sempre.
Gostei deste seu post, mas achei-o triste, afinal os olhos são o espelho da nossa alma e a sua parece chorar um pouco.
Desejo-lhe muita paz.
E aproveito para lhe desejar um lindo fim de semana e uma semana cheia de luz em seu coração.
Xi - corações mil.

Bia disse...

O que se passa Amigo? Senti muito a sua ausência, aliás aquela sua última tela cheia de inquietude me fez sentir que algo não estava bem consigo, que é feito das suas belas historias? Onde estão as suas palavras tão meigas que me confortavam sempre? Embora tudo aqui seja "virtual" há aquelas pessoas que nos tocam no coração e nos falam á alma e o senhor é essa pessoa para mim. Que Deus ilumine a sua vida e que desses "buracos negros..." saia muita luz, aquela luz do dia seguinte, aquela luz que nos acorda pela manhã.
Todos "caímos" eu também me "esborachei" toda no chão, no entanto a sabedoria está em nos levantarmos.
Um beijo desta sempre sua Amiga sabe onde me encontrar sempre que quiser e quando precisar.

Leticia Gabian disse...

Pelo pouco tempo de conhecimento mútuo, arrisco dizer que reconheço um tema recorrente: buraco negro.
Temo que a analogia indique uma depressão ou algo perto. Quero estar enganada.
Fique bem.
Abraço da Bahia

Bia disse...

Olá sou eu outra vez, nem imagina como fiquei feliz com a sua visita, volte sempre, trate as suas feridas, pode demorar algum tempo eu sei, não convém que cicatrizem em falso, mas por favor Amigo, dê-se á luz, aos dias de sol e ao barulho confortante do Mar e nunca se esqueça eu vou estar sempre por perto, e desejo muito que outro post substitua este, este até assusta...
Um beijo grande