terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Tessitura poética


Despercebidamente


Prazeroso é

falar como todo mundo fala,

dizer o sol nasce

quando se sabe que assim não é.

É prazeroso

espraiar-se indefinidamente

pela multiplicidade

engastada na singularidade

do que somos,

e ver ruir todas as

máscaras das quais dispomos.

Não ser mais nós mesmos,

aspirados, multiplicados

e suportados que somos,

é prazeroso.

E tão prazeroso é

não ter importância,

assim como não tem

importância dizer

ou não dizer que se é.

Prazeroso é pensar,

agir e experimentar

cada qual singularidade

incrustada na multiplicidade;

tanto, a tornar-se imperceptível.

E tanto, que se passa

despercebido

ao mais próximo

e ao mais distante

no tempo ao mesmo instante.

2 comentários:

Vivi Devi disse...

Oláaaaaaaaa..Cada dia que passa percebo que não sei mexer muito nesse blog..rs.. mas ja ja aprendo. Super beijo!

Anônimo disse...

Assim é amigo! É prazeroso, agradável falarmos todos do mesmo jeito, não dizermos exactamente quem somos, do que gostamos e não gostamos, há quem diga que o que custa não é viver é saber viver, e saber viver quanto a mim e neste contexto é usar uma máscara social, onde todos nos disfarçamos e não mostramos nem o melhor, nem o pior de nós, pois todos temos qualidades e defeitos, somos HUMANOS!!! Por isso ás vezes conhecemos uma pessoa há muitos anos e afinal de contas não conheciamos ninguém... pois essa pessoa se mascarou tão bem que passou despercebida... entendo na perfeição o que escreveu de uma forma sentida e realista como sempre.
Um beijo