sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tessitura poética

Ai. Que dor!


Quisera ser apenas pueril,
e simplesmente;
tão somente criar rimas verbais
que falassem só de amor.

Mas, o quê; nem sei porquê:
talvez por destino vil
à mercê de centelhas cerebrais,
desprezo a rima, e faço loas à dor.

Talvez, de cotovelo,
em verso retorcido e ardiloso,
e não há aí nenhum zelo,
o que me deixa desgostoso.

Quisera falar só de amor:
e sobe cá um teimoso calor
ao qual dou imenso valor,
mas, por não ser pueril, lá vem a dor.

No que posso, e desejo,
dos neurônios roubo algum lampejo
e crio do amor alguma rima,
desde que não me deprima.

Ai, que dor!

2 comentários:

Bianca Feijó disse...

QuÊ rima linda!!!

Ficou muito bom, eu não consigo trabalhar com rimas e admiro quem as faz muitíssimo bem...

Seu poema é belíssimo!

B.E.I.J.O.S

Unknown disse...

"Criar do amor uma rima" - fantástico, é amor, com amor e a rimar.

bom fiom de semana