domingo, 26 de abril de 2009

Tessitura poética

Maria...


Não há respostas,
sequer reação.
Os olhos da angústia,
cansados,
perdidos em pensamentos,
fitam a prenhes vadia
e vislumbram o parto
dolorido da miséria.

Não há respostas,
sequer reação.
Os mesmos olhos que fitam
no silêncio
da perdida reflexão,
vertem lágrimas tardias,
solitárias no abandono
sofrido da miséria.

Não há respostas,
sequer há reação.
Suspirante,
azo à resignação,
deita-se no duro chão,
cobre-se com os trapos da aflição,
e mergulha no sono
sem sonhos da miséria.

Seu nome: Maria Quitéria.

2 comentários:

Maristeanne disse...

Efvilha,

Fatigada de dias cansados pela miséria sem respostas nem se quer razão...
para esta trança de dor.

Encanta-me tua forma de escrever.

Já era presente a tua ausência.

[obrigada, Poeta]


(a)braços,flores,girassóis:)

Sonia Schmorantz disse...

Quantas Marias há nessa vida...cansadas da miséria, da luta, da vida ingrata que lhes foi dada...
Um abraço e bom final de semana.