quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tessitura Poética

Carícias mentais

A janela vazia.
Ela, que tantas vezes foi moldura
do retrato vivo de Hortênsia
a olhar-me com seus meigos olhos verdes.

Estará Hortênsia agora sonhando?
Povoaria ela, então, os oníricos mundos
nos quais sonho nossos encontros carnais?
Ou, como pesadelo, vazios estão a janela e os lençóis.

Crédito dou aos meus adolescentes sonhos:
dorme Hortênsia, amada minha.
Para que a beije toda,
leva a ela a brisa o perfume de todas as flores.

Que a seduzam em êxtases e gozos,
a música suave de todas as liras celestiais;
afaguem-lhe o corpo os lençóis dos seus cheiros,
em carícias imaginadas nos meus jardins mentais.

Dorme Hortênsia, eu o sei.
E sorri inteira na felicidade dos sonhos.
Na janela, o imaterial retrato da amada,
que a brisa desfaz em perfumes e acordes angelicais.

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