sexta-feira, 28 de julho de 2006

Apresentando um amigo - 3

(parte 3)

Até que, enfim, falemos dessa figura aí ao lado, que não está dormindo: está “pensando”.
Deve ser um filósofo canino.
Nasceu em 17 de outubro de 2003, em Toledo, cidade que fica a 35 quilômetros distante daqui. Veio de uma prole de oito filhotes. Sua mãe, a Costelinha, apesar do nome, tem pedigree Dachshunds. Mesmo sob o “peso” do pedigree, até hoje ela não conseguiu explicar como ficou prenha, e nem apresentar o felizardo cão que a seduziu. Ela vivia, e vive, num quintal fechado por grades, do qual não pode sair a não ser sob a vigilância de uma das suas donas. Mesmo com as grades, não se sabe como, um dia ela demonstrou estar prenha. Não chegou a ser um escândalo, apenas um mistério.
Suas donas, naquela época, viviam numa casa bem em frente da Faculdade na qual minha filha estudava. Eram, e são, amigas.
Com o inesperado “caso” da Costelinha, logo houve a preocupação de ver com quem ficaria cada um dos seus filhotes, presumivelmente “bastardos”, ou melhor, sem o vínculo do pedigree; motivo pelo qual não seria recomendável tentar a venda dos mesmos. À minha filha foi prometido um machinho. Ela nos deu a notícia da “gravidez” da Costelinha, e o aviso de que um dos filhotes viria para casa. Hummm! E esse “Hummm” foi geral em casa.
Chegou o grande dia, nasceram, e houve a partir daí a distribuição dos filhotes. Diz minha filha, que ela não o escolheu, que foi escolhida por ele. Acreditamos. E disse até, que já tinha um nome.

A Costelinha é paparicada por muita gente. Sua donas, universitárias, cuja família mora em Santa Catarina, têm um extenso rol de amigos, também jovens universitários, que fazem da sua casa um ponto de muitos, cordiais e descontraídos encontros. Então, foi assim que o nome de cada filhote foi plenariamente discutido. Ao figura aí ao lado foi apresentada uma lista de sugestões; até nomes próprios de pessoas surgiram. Tantos foram que mais dúvidas surgiam por qual optar, dizia minha filha. Até que, a partir de um nome sugerido, ela escolheu apenas a primeira sílaba, nos disse.

Mô. Isso mesmo: Mô!. Esse é o seu nome.
Quando minha filha nos deu a notícia da escolha, e do nome que lhe havia dado, eu, prontamente, torci o nariz e disse ter entendido tudo. Que Mô seria apenas a abreviação de “Morto de fome”. Riu, e disse que não, que iria cuidar bem dele, que era uma gracinha. Céus! Qual cãozinho ou bichano não é uma gracinha quando novo, não? Outros animais também o são, mas, quando crescem?!
Concordado, está concordado. O jeito era esperar o bichinho ser desmamado e vê-lo se apresentar para a família, isto é, sua matilha.

Chegou, afinal, o grande dia. Eu precisava mesmo ir a Toledo. Então, ficou combinado que eu passaria na “casa” da Costelinha para trazer o Mô para sua nova moradia, isto é, para a sua nova matilha. Minha filha lá estaria me esperando.
Quando lá cheguei, logo fui apresentado a uma coisa fofa que ela trazia nas mãos. Uma lindeza, mas, “algo” esquisito pairava no ar. Ela me disse que aquele não era o Mô, que eu certamente havia passado por ele, que se encontrava dando uma voltinha pelo quintal. Ela estava me apresentando a Belinha; esse era o nome da coisa fofa em suas mãos. E me explicou.
O rapaz que ia ficar com a Belinha, nesse espaço de tempo teve que se mudar, e o lugar onde morava agora não oferecia condições para criar um animalzinho. E mais, dizia ela: dentre os filhotes, os dois haviam criado uma forte “amizade”: o Mô e a Belinha. Eram inseparáveis, dizia.
Fui ver o Mô, imaginando que poderia influenciar na escolha de um dos dois. Não, não que eu não tenha percebido desde o primeiro instante. Viriam os dois para casa: essa era a real questão. Não foi difícil encontrar o Mô, que dava suas trôpegas corridinhas pelo quintal, como que a despedir-se dele. Danadinho! Sabia que viria para casa e, de lambuja, traria seu melhor brinquedo – depois veríamos que não -, a irmãzinha preferida.
Claro! Tentei meter a minha esposa no meio, se ela não deveria ser consultada antes. Filhos!!! Quem os têm sabe quão persuasivos são. Minutos depois éramos quatro na viagem em direção à nossa casa: dois humanos e dois caninos. Posted by Picasa

Um comentário:

Alvaro Gonçalves Correia de Lemos disse...

Oi meu amigo,

AMEI, história do Mô e da Belinha, nossa como fiquei emocionado, eheheh filhos sabem bem levar os pais na conversa, e qual é o pai ou mãe que não se desfaz em amor por um filho(a).
Adorei mesmo.
Parabéns e felicidades.
Xi - corações mil.