quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tessitura Poética

Esquife revestido de sonhos

Pesa-me demasiado o esquife que carrego,
restos mortais feitos dos ossos, das carnes, da alma e do espírito
de um menino morto há décadas passadas,
abatido que foi pelo gume inclemente do tempo.

Belo menino, encantador eu diria,
nos seus sonhos de amar e ser amado
pelas tantas belas mulheres que seus olhos viram,
e que povoaram seus mundos amantes na fantasia.

Tantos são os rostos femininos, os corpos desejados,
transformados nos etéreos seres angelicais
que revoam nos espaços imaginários e celestiais,
mundo no qual caminha ao meu lado o fantasma criança.

Entre tantos, os belos olhos verdes de Hortênsia,
que ainda fazem pulsar ardente de paixão,
o há tempo do menino imaterial coração,
que para todo o sempre a amou.

Morreu o menino da minha infância.
Resta ao homem de agora, o tormento
das lembranças de um tempo passado,
dos amores pelos quais um coração menino pulsou.

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