Loucura
Eu posso qualquer coisa,
Eu faço.
E tudo se faz
ao verbo do Meu pensamento.
As eras, os tempos,
os acontecimentos,
tudo se faz,
acontece e fenece.
O ensejo criador que me move,
também cria a morte,
e lança os dados da sorte.
Sou o Deus criador.
Autor da loucura de viver
sob a certeza que se vai morrer.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Tessitura Poética
Postado por
efvilha
às
sexta-feira, outubro 22, 2010
2
comentários
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Tessitura Poética
Bemóis e Lençóis
Madrugada insone.
Presentes ainda os sonhos.
No desalinho e desconcerto dos lençóis,
a intimidade dos acordes dos concertos de Bach.
No ar,
o cheiro e os sabores da amante mulher,
que o leito deixou.
Na madrugada insone,
as cordas inspiradas da alma de Bach em harmonia,
tecem a trama apaixonada dos pensamentos na amada,
que o tempo levou.
Postado por
efvilha
às
sexta-feira, outubro 08, 2010
0
comentários
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Tessitura Poética
Carícias mentais
A janela vazia.
Ela, que tantas vezes foi moldura
do retrato vivo de Hortênsia
a olhar-me com seus meigos olhos verdes.
Estará Hortênsia agora sonhando?
Povoaria ela, então, os oníricos mundos
nos quais sonho nossos encontros carnais?
Ou, como pesadelo, vazios estão a janela e os lençóis.
Crédito dou aos meus adolescentes sonhos:
dorme Hortênsia, amada minha.
Para que a beije toda,
leva a ela a brisa o perfume de todas as flores.
Que a seduzam em êxtases e gozos,
a música suave de todas as liras celestiais;
afaguem-lhe o corpo os lençóis dos seus cheiros,
em carícias imaginadas nos meus jardins mentais.
Dorme Hortênsia, eu o sei.
E sorri inteira na felicidade dos sonhos.
Na janela, o imaterial retrato da amada,
que a brisa desfaz em perfumes e acordes angelicais.
Postado por
efvilha
às
quarta-feira, setembro 29, 2010
0
comentários
sábado, 18 de setembro de 2010
Tessitura Poética
De um devotado amor
A morte chegou antes...
terá ela nascido quando eu nasci?
Não, amada minha.
Tudo aconteceu no exato momento que te conheci.
Eu te amei no exato instante
do pulsar do sangue quando te vi.
Na pira ígnea da mais intensa paixão,
por primeiro o desfalecimento, e morri.
O teu desdém, indiferente e frio,
foi a morte do amor que a ti devotei.
No entanto, reiterante meu sentimento,
da morte, tudo transmudou em sofrimento.
Você sempre esteve presente
nas fragrâncias que toda mulher exalou,
em todos os lábios que beijei,
nos olhares de cobiça que olhei...
Não... não sei.
Talvez não haja outra mulher à qual tanto amei.
Postado por
efvilha
às
sábado, setembro 18, 2010
1 comentários
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Tessitura Poética
Esquife revestido de sonhos
Pesa-me demasiado o esquife que carrego,
restos mortais feitos dos ossos, das carnes, da alma e do espírito
de um menino morto há décadas passadas,
abatido que foi pelo gume inclemente do tempo.
Belo menino, encantador eu diria,
nos seus sonhos de amar e ser amado
pelas tantas belas mulheres que seus olhos viram,
e que povoaram seus mundos amantes na fantasia.
Tantos são os rostos femininos, os corpos desejados,
transformados nos etéreos seres angelicais
que revoam nos espaços imaginários e celestiais,
mundo no qual caminha ao meu lado o fantasma criança.
Entre tantos, os belos olhos verdes de Hortênsia,
que ainda fazem pulsar ardente de paixão,
o há tempo do menino imaterial coração,
que para todo o sempre a amou.
Morreu o menino da minha infância.
Resta ao homem de agora, o tormento
das lembranças de um tempo passado,
dos amores pelos quais um coração menino pulsou.
Postado por
efvilha
às
quinta-feira, setembro 09, 2010
0
comentários
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Tessitura Poética
Pó e seixos
O tempo,
indiferente e pegajoso,
quase maldito no seu desdém pela minha mortalidade.
Desliza, o tempo,
como o rio ácido que corrói minha carne, meus ossos,
e desfaz em pó os meus sonhos.
É uma canalhice o tempo ser sempre novo
quando tudo o mais em mim se faz velho,
e no seu leito de ácido volátil,
nada mais deixa que pó e seixos de vidas terminadas,
e por mim com ânsias vividas.
Entre os pós e os seixos estão os meus sonhos,
os meus desejos de beijar teus lábios,
os teus seios,
sugar tuas seivas carnais,
em gozos mortais para tudo o mais;
se o tempo tivesse me dado:
o tempo de ter-te nos meus braços de amante,
e você, minha mulher...
o tempo passou como um rio.
O tempo, como um rio, passou.
Postado por
efvilha
às
quinta-feira, setembro 02, 2010
0
comentários
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Tessitura Poética
Para sempre
Medos e desejos,
espectros nas sombras
das existências,
e tudo remonta a segredos
sob a mortalha fria do tempo
e nos abissais desesperos.
Nas franjas cerebrais,
o abismo límbico do engodo,
e a encruzilhada
do céu e do inferno.
Nada.
E nada,
apesar de todo acontecimento.
O vazio.
Para sempre, o vazio.
E os medos,
e os desejos,
espectros e sombras e,
para sempre,
o desespero.
Postado por
efvilha
às
sexta-feira, agosto 20, 2010
0
comentários
sábado, 14 de agosto de 2010
Tessitura Poética
Imortais
Realidade: dura ilusão.
Tanta,
que incontáveis são
as verdades dela copiadas.
A realidade é reiterante,
travestida e mutante.
Já a verdade,
é mortal mesmo na fonte.
No entanto,
de tudo e em tudo,
há a sedução da Luz e do Amor,
dicotomias eternas geminadas
que florescem além das
verdades e realidades,
como sazão do princípio e do fim.
A Luz e o Amor,
são reais
Postado por
efvilha
às
sábado, agosto 14, 2010
0
comentários
domingo, 18 de julho de 2010
Tessitura Poética
Verbos
Somos, irmão,
coisa única
com tudo o mais que há.
O Deus criador,
perguntado seu nome,
disse ser Aquele que É.
O humano Ser,
nada mais será
que verbo de mesma grafia.
Compreender isso
é humana,
e eterna, porfia.
Eu sou
Tu és
Ele é
Postado por
efvilha
às
domingo, julho 18, 2010
0
comentários
sábado, 10 de julho de 2010
Tessitura Poética
Acontecimento
O homem,
o Ser,
acontece na Luz que se faz de lampejos;
e acontece no tempo,
perdição entre a penumbra passada
que se faz sombra,
e o devir.
Eternos.
Na luz,
o que se vê
são projeções no espelho,
teatro imagético
feito de signos de existências.
A Bondade,
a Impulsão,
o Desejo,
e tudo o mais,
fragmenta-se no fio cortante do presente.
Postado por
efvilha
às
sábado, julho 10, 2010
0
comentários
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Tessitura Poética
Cidadelas em conflito
Assim é o Ser.
Singularidade em porfia.
Oscilação no medo de ter e perder,
e refém perene da dicotomia
na espiral circularizante
do desejo e necessidade.
No centro de tudo,
o estoque do medo
e do segredo,
perdição extrema
entre compulsão
e obsessão,
causa e efeito do eterno degredo.
No entanto,
da teia e do enredo,
qual o fio salvador estendido?
Postado por
efvilha
às
sexta-feira, julho 02, 2010
0
comentários
sábado, 26 de junho de 2010
Tessitura Poética
Segredos
Quantos haverá?
Tantos quanto seja a plenitude.
Tudo se esconde na penumbra
que recobre as singularidades.
Os mais tenebrosos,
estes perdem-se na escuridão do ser.
A Sombra alonga-se
para muito além do que se é.
Tantos são os segredos
quantas sejam as multiplicidades
que há entre corpo e alma.
A penumbra, a sombra,
são os segredos
e medida de toda existência.
Postado por
efvilha
às
sábado, junho 26, 2010
1 comentários